Escrever é como uma dádiva. É como aquele passarinho que voa sem nenhum objetivo, que faz piruetas, passa por lugares distintos e pinga aquele ponto final todo orgulhoso.
Por isso escrever é como voar. A sua mente viaja, levando seu corpo e você não sabe onde vai parar, nem como.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ausência

Uma substância química já barra o meu choro e prende as minhas emoções. Então nada que é meu sai verdadeiramente pra fora. A não ser quando a angústia já não cabe mais no corpo, a dor invade cada pedacinho do que um dia eu reconheci ser a minha alma. Daí sim, a alma transborda.
Eu voltei por tantas vezes, pela ilusão.
Ah, como já eu bendisse a ilusão.
E como eu me frustei por isso. Podemos nos arrepender, ou o mundo vai nos condenar pela eternidade?
A frustração é apenas um tapa na cara. Um tapa que nos diz que ainda há um recomeço.
E eu vos pergunto: E quando você não quer recomeçar?
Melhor ainda: E quando você quer reconquistar?
Não, não mais existe. Uma vez perdido, uma vez apagado. Uma vez ferida, duas vezes ferida, três vezes ferida... e o recomeço não vêm.
Admita: você perdeu. Admita ainda mais: você não vai ganhar de volta.
Chega um certo momento da vida em que, quando você perde um brinquedo, papai não vai conseguir recuperar pra você.
Sim, eu não sei lidar com as minhas perdas.
Sim, eu não sei parar de chorar pra ser forte.
Sim, eu não messo esforços pra voltar a viver o que eu já vivi.
E não, nada disso me faz uma mulher melhor.