Escrever é como uma dádiva. É como aquele passarinho que voa sem nenhum objetivo, que faz piruetas, passa por lugares distintos e pinga aquele ponto final todo orgulhoso.
Por isso escrever é como voar. A sua mente viaja, levando seu corpo e você não sabe onde vai parar, nem como.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Pena que eu não tenho título

Todo dia é uma carnificina. A luz divina já está distante enquanto preciso de seu amarelo reluzente.
Todas as flores ficaram escuras, de repente. Depois que derramei a última lágrima, nada mais caiu de meus olhos senão meu próprio olhar. E ainda assim, de repente, de novo, tudo se fez novo. Quando me mandam chorar eu dou gargalhadas, quando me mandam cair eu levanto, quando me mandam ficar só estou rodeada de estrelas. É que tanta ausência do sujeito oculto me deixou desobediente. Mandaram, andaram, amaram, mataram. O mundo já não sabe mais o que pedir. O mundo nunca soube e o mundo nunca saberá. Ele é só o mundo, pequeno, vazio, tendencioso e oportunista. O mundo quer fazer uma revenda de si mesmo, melhorando a embalagem, piorando a qualidade. Ele não vai mais me dizer o que fazer. Até porque cada insignificância já fez de mim uma pessoa pior.
E me pego a olhar-me por entre os reflexos e só ver o que me traz paz. Parei de pensar e de agir, pois meus atos não mais condiziam com minha consciência, sendo a culpa o pesar e o resultado do meu choro. Pouco a pouco reaprendo a caminhar, e mais devagar ainda chego perto do sol. Pouco a pouco vou andar. Estou aprendendo a me reiterar.  

terça-feira, 30 de julho de 2013

Foi por amor

Eu fiz uma melodia
mil poesias
só não entreguei mais
porque eu realmente não pude.

Mas, vai valer a pena?
Dei meu coração
Meu corpo
e só não entreguei mais
porque eu realmente não pude.

Eu queimo por dentro
de saudade
e de terror.

Eu vi uma pessoa se entregar na cruz por mim
semelhante a Ele
foi por amor que entreguei a minha vida a você

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Pra você

Cai a chuva e volta o sol, como se cada passagem do tempo me dissesse que estou acordada. O poeta já disse sobre o vento, e torno a dizê-lo: só de ouvir o vento passar, tenho certeza de estar viva.
Cada arrepio da minha pele me lembra um gesto teu. E até o o toque fugaz da mais delicada flor obedece a ordem natural das coisas: viver, e amar o que lhe é entregue.
Assim como a música que se dissipou diante das ondas, do teu sorriso eu fiz a minha melodia, casando assim o que já era pré-destinado. Redundante chega a ser, mas o que seria da felicidade sem os pequenos desencontros repetitivos?
E, se mesmo diante de tantas bençãos, se ainda assim existir uma tal indiferença...deixe o vento passar. Porque só de ouvir o vento passar, tenho certeza de estar viva.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ausência

Uma substância química já barra o meu choro e prende as minhas emoções. Então nada que é meu sai verdadeiramente pra fora. A não ser quando a angústia já não cabe mais no corpo, a dor invade cada pedacinho do que um dia eu reconheci ser a minha alma. Daí sim, a alma transborda.
Eu voltei por tantas vezes, pela ilusão.
Ah, como já eu bendisse a ilusão.
E como eu me frustei por isso. Podemos nos arrepender, ou o mundo vai nos condenar pela eternidade?
A frustração é apenas um tapa na cara. Um tapa que nos diz que ainda há um recomeço.
E eu vos pergunto: E quando você não quer recomeçar?
Melhor ainda: E quando você quer reconquistar?
Não, não mais existe. Uma vez perdido, uma vez apagado. Uma vez ferida, duas vezes ferida, três vezes ferida... e o recomeço não vêm.
Admita: você perdeu. Admita ainda mais: você não vai ganhar de volta.
Chega um certo momento da vida em que, quando você perde um brinquedo, papai não vai conseguir recuperar pra você.
Sim, eu não sei lidar com as minhas perdas.
Sim, eu não sei parar de chorar pra ser forte.
Sim, eu não messo esforços pra voltar a viver o que eu já vivi.
E não, nada disso me faz uma mulher melhor.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Deite

Me lembro de cada pedaço de chocolate que comemos juntos, e até mesmo aqueles que deixamos cair no chão. São caricaturas mal pintadas em minha mente, porém tudo se desenha e perde forma ao passo que você se afasta. Dói dizer que sim, dói dizer que não. Qualquer coisa no momento já me enche de torpor por não ver seus olhos brilhando.
A menina morde a rosa que ganhou, a outra chora de emoção. E eu, aqui, fico pensando quantas vezes usei inutilmente a palavra eu. E o quanto esse mesmo eu já não tem valor a ti.
Deixe-me crescer, deixe-me ser a única que faz você brilhar.
Ao acordar e não me ver, lute. E se caso for se deitar sem acarinhar meus cabelos, repudie.
Deixe-me...
Deixe-me ser a única...
Deixe-me ser a única que faz você brilhar.

domingo, 23 de setembro de 2012


Y voy a vivir los momentos
que desde hace años los traigo guardados
y creo que es el momento de tomar riesgos
de hacer todo a un lado y decir lo que siento
si ya te he encontrado no pienso de nuevo
llorar mi pasado si es que ya te tengo
siguiente parada será mi destino
seremos tú y yo, un lugar para dos
se llama Amor.
Y quédate
justo aquí, aquí conmigo.

Aleph.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Podem existir alguns tipos de felicidades
a maioria os quais desconheço
porque sei ainda que a fé que encontro no meu caminho
se desenha pelo que vem atrás,
pelas pegadas.
Já não sei mais quem sou
onde estou, de onde me tiraram.
Sei muito menos da vida do que uma formiga.
As lágrimas são repetitivas tanto na áurea quanto no papel.
Eu já não sei onde está.

Este não será minha melhor poesia.
Os meus traços costumam ser precisos e rápidos.
Apesar disso, meu ponto final é vírgula
e a vida posso continuar carregando em meus ombros.
Feito formiguinha.