Escrever é como uma dádiva. É como aquele passarinho que voa sem nenhum objetivo, que faz piruetas, passa por lugares distintos e pinga aquele ponto final todo orgulhoso.
Por isso escrever é como voar. A sua mente viaja, levando seu corpo e você não sabe onde vai parar, nem como.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Eu sou uma astronauta

Eu tenho saudade de quando dois corpos se tornavam uma única alma num espaço pequeno. Minúsculo. E, em estado de choque, lágrimas menores ainda escorriam. Transbordavam.
Agora, então, com o imenso e irônico papel de extraterrestre, me desfaço em pedaços pra me tornar grande. Me ajoelho sob migalhas, deito-me em cama de fel, usufruo da incerteza só pra ter certeza que vai ficar tudo bem. Só para calar os olhos, fechar a boca.
Pra ver os olhos da criança se alegrarem. Sentir o cheiro da boca, o vai e vem da respiração monótona, os dedos entrelaçados, o sorriso estampado. A cara boba, lábios pendendo...pro alto.
Deixei para trás um coração partido e uma ou duas histórias que são dignas de reprodução. Deixei o meu universo pra virar uma astronauta, para tirar cada pétala de uma rosa e fazer um velho jogo.
Deixei pra mergulhar num sorriso já conhecido, e ficar estupidamente sem palavras.

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